Roscas para extrusoras
Para informações sobre roscas para injetoras clique aqui
O nível de produção de uma
extrusora mono-rosca está frequentemente limitado pela capacidade de plastificação. A capacidade de plastificação de uma rosca depende das propriedades do plástico, das condições de processamento, e em particular da geometria da rosca. Uma vez que a capacidade de plastificação é prevista, a rosca pode ser desenhada para correspondê-la.
A rotação da rosca plastifica, com a ajuda do calor e da pressão a uma taxa de fluxo controlada, e transporta o material fundido para ser bombeado através da matriz. O plástico nos canais da rosca está sujeito a mudanças durante a operação. Cada operação da rosca sujeita o plástico a diferentes situações térmicas e de cisalhamento. Consequentemente, o processo de plastificação se torna bastante complexo. Porém, isso é controlável dentro dos limites do equipamento e da capacidade do material.
Zonas de uma rosca
Uma velocidade de rosca fixa, passo da rosca, e profundidade do canal determina a vazão. Uma rosca com canal profundo é muito mais sensível a mudanças de pressão que uma de canal raso. Na faixa de menor pressão, o canal profundo proverá maior vazão; entretanto, ocorre o inverso a altas pressões. Canais rasos tendem a fornecer melhores padrões de homogenização e fluxo. Portanto, apesar de a rosca parecer um dispositivo simples, ela realiza diferentes operações com suas três zonas: (1) alimentação do material sólido; (2) transição e compressão do material fundido; e (3) homogenização da mistura e dosagem.
Comportamento do plástico dentro da rosca
Na figura de exemplo é possível verificar o comportamento do plástico dentro da rosca. Percebe-se que o granulado se acumula no filete traseiro do sulco e dali para a frente começa a derreter. O material que se encontra encostado na parede do canhão, funde por condução de calor (pelas resistências e o atrito durante o giro da rosca); enquanto aquele encostado no filete a frente do sulco sofre um cisalhamento maior.
Na zona de fusão, o colchão de plástico sólido é geralmente pressionado contra o filete da rosca formando uma espécie de filme entre o colchão de material e o canhão.
Informações hipotéticas sobre roscas são dadas na Tabela 1 para roscas curtas. Ela fornece exemplos de variações em roscas de mesmo L/D para o processamento de alguns plásticos.
TABELA 1: TAMANHOS DE ROSCA PARA DIFERENTES
PLÁSTICOS |
Dimensões (cm) |
PVC Rígido |
PSAI |
PEBD |
HDPE |
PA |
Diâmetro |
11,5 |
11,5 |
11,5 |
11,5 |
11,5 |
Comprimento total |
229 |
229 |
229 |
229 |
229
|
Zona de alimentação (A) |
34,3 |
68,5 |
57 |
91,4 |
171,5 |
Zona de compressão (C) |
194,3 |
45,7 |
114,3 |
45,7 |
11,4 |
Zona de dosagem |
0 |
114,3 |
57 |
91,4 |
45,7 |
Profundidade (C) |
0,5 |
0,36 |
0,32 |
0,39 |
0,32 |
Profundidade (A) |
1,5 |
1,5 |
1,5 |
1,6 |
1,6 |
Vantagens de uma rosca de curto L/D incluem:
1) menor tempo de residência no canhão, assim plásticos sensíveis ao calor têm menos chances de degradação;
2) ocupa menos espaço;
3) requer menos torque, reduzindo a necessidade de potência do motor; e
4) requer um investimento inicial e de reposição pequeno.
Vantagens de uma rosca de longo L/D incluem:
1) pode ser projetada para uma grande vazão, desde que a extrusora tenha torque suficiente.
2) pode ser projetada para vazão mais uniforme e melhor mistura;
3) bombeia a altas pressões e fornece grande fusão do material com pouco cisalhamento; e
4) promove uma melhor condução de calor do canhão.
Taxa de Compressão
A taxa de compressão (TC) nada mais é que o volume inicial na zona de alimentação dividido pelo volume na zona de dosagem, mensurados pela profundidade dos sulcos nessas duas zonas. O ideal é que a TC seja alta o suficiente para comprimir o plástico sólido-amolecido a ponto de se transformar em um plástico completamente líquido-fundido e sem bolhas de ar. A TC também deve ser alta quando se trabalha com
material reciclado, pó e plásticos carregados que tendem a amortecer a pressão. Mas deve ser baixa quando se trabalha com plásticos mais sensíveis como o
PVC para evitar sua degradação ou endurecimento dentro do canhão. A Tabela 2 exibe um guia geral de taxas de compressão.
TABELA 2: EXEMPLOS DE TAXAS DE
COMPRESSÃO PARA DIFERENTES PLÁSTICOS |
Roscas de baixa taxa de compressão
(1,2 a 1,8) |
Acrílico |
Acrílico multipolímero |
ABS e SAN |
PVC rígido |
Roscas de média taxa de compressão (2
a 2,8) |
Poliacetal |
Celulósicos |
Nylon |
Poli(óxido de fenileno) (Noryl) |
Policarbonato |
Polietileno (de média a baixa fluidez) |
Polipropileno (de média a baixa fluidez) |
PS e PSAI |
PVC flexível |
Roscas de alta taxa de compressão (3
a 4,5) |
Poliacetal (de alta fluidez) |
Fluoroplásticos |
Nylon (de alta fluidez) |
PEAD e outros polietilenos de alta fluidez |
Polipropileno (de média a alta fluidez) |
Bibliografia:
HARPER, Charles A.; PETRIE, Edward M. Plastics Materials and Process: A Concise Encyclopedia. Hoboken: John Wiley & Sons, Inc., 2003.
CANEVAROLO JR., Sebastião V. Ciência dos Polímeros: Um texto básico para tecnólogos e engenheiros. 2.ed. São Paulo: Artliber Editora, 2002.
WIEBECK, Hélio; HARADA, Júlio. Plásticos de Engenharia: Tecnologia e Aplicações. São Paulo: Artliber Editora, 2005.
© 2010-2024 - Tudo sobre Plásticos.
Todos os direitos reservados.
Página inicial
-
Política de privacidade
-
Contato