PIGMENTOS ULTRAMARINOS
Em poucos lugares do mundo o mineral lápis lazulli é encontrado com a mesma qualidade daqueles que ocorrem naturalmente no Afeganistão e no Chile. O nome “Ultramarino” significa “através do mar” e foi dado ao pigmento resultante da moagem do minério. Sua cor azul foi usada por muitos artistas e pode ser vista, por exemplo, na capela de Giotto, em Pádua. O custo do transporte do minério e posterior processamento faziam com que fosse mais caro que o ouro. Fazendo com que o Governo Francês lançasse uma competição em 1820, recompensando quem conseguisse encontrar o primeiro processo sintético e econômico para se produzir o azul ultramarino.
O resultado da competição foi controverso, mas a opinião comum é que Guimet na França e Gmelin na Alemanha independentemente encontraram processos similares para a produção sintética em 1828. Quem recebeu o prêmio foi Guimet, e ele é frequentemente referenciado como a primeira pessoa a produzir o azul ultramarino em escala comercial.
Os ultramarinos sintéticos são pigmentos em pó inorgânicos, disponíveis comercialmente em três cores:
1. Azul avermelhado, C.I. Pigmento Azul 29: 77007
2. Violeta, C.I. Pigmento Violeta 15: 77007
3. Rosa, C.I. Pigmento Vermelho 259: 77007
As proporções dos constituintes químicos podem variar, mas a estrutura repete a unidade do azul ultramarino de Na6.9Al5.6Si6.4O24S4.2. As variantes violeta e rosa diferem do azul principalmente pelo estado de oxidação dos grupos de enxofre. Isso se reflete em um teor um pouco menor de sódio e enxofre.
Características
Em muitas aplicações o ultramarino azul é estável até os 400°C, o violeta até 280°C e o rosa até 220°C. Todos eles têm excelente solidez à luz com classificação 7 e 8 (tons cheios e reduzidos) na International Blue Wool Scale. Os pigmentos ultramarinos são muito sensíveis a ácidos, podendo sofrer desbotamentos de cor, o que a princípio poderia ser atribuído a exposição a luz e/ou calor. Dependendo do ácido, pode decompor completamente o pigmento restando apenas sílica, sal de sódio e alumínio, enxofre e sulfeto de hidrogênio.
Os ultramarinos são insolúveis em água e solventes inorgânicos, assim o pigmento não tende a migrar para a superfície do polímero. Isso faz com que esse pigmento seja aprovado para aplicações que entrem em contato com alimentos.
É recomendado que se use tipos resistentes a ácidos quando a aplicação for em
PVC para que a cor não desbote. Os pigmentos ultramarinos não causam contração ou empenamento em poliolefinas (
PE e
PP).
Toxicologia
Não representa qualquer perigo para os seres humanos, não sendo listado em qualquer classificação nacional ou internacional.
Bibliografia:
HARPER, Charles A.; PETRIE, Edward M. Plastics Materials and Process: A Concise Encyclopedia. Hoboken: John Wiley & Sons, Inc., 2003.
WIEBECK, Hélio; HARADA, Júlio. Plásticos de Engenharia: Tecnologia e Aplicações. São Paulo: Artliber Editora, 2005.
© 2010-2024 - Tudo sobre Plásticos.
Todos os direitos reservados.
Página inicial
-
Política de privacidade
-
Contato