Interpretação da Norma ASTM D 256: Métodos Padrões para Determinação da Resistência ao Impacto Izod em Plásticos - Parte 2
5. Significância e Uso
a) Importância da preparação e atenção aos detalhes
A resistência ao impacto de corpos-de-prova mantidos por dias ao ar livre pode ser um pouco diferente daqueles corpos-de-prova testados logo após uma estufagem, principalmente no caso de plásticos higroscópicos (plástico úmido = resistência ao impacto maior; plástico seco = resistência ao impacto menor). Por isso, deve-se ter cuidado com essas questões de preparação, seja baseado em normas específicas ou na padronização por conta própria de seus procedimentos a fim de não ter divergências entre resultados de lote para lote.
A norma também indica pequenos detalhes que ocorrem durante o teste, mas que podem criar divergências no resultado final, como por exemplo, a vibração do pêndulo que pode reduzir a energia de impacto caso o pêndulo não esteja bem posicionado ou a base da máquina não seja pesada o suficiente para evitar balanços.
b) Tipos de falha no corpo-de-prova
Durante o teste, o martelo não precisa necessariamente quebrar o corpo-de-prova e lançar seus pedaços pelo laboratório para que o resultado seja considerado. Mesmo quando o corpo-de-prova não rompe, deve ser registrado o ocorrido conforme as categorias abaixo:
Categoria |
Nome |
Situação em que o resultado se enquadra |
C |
Quebra Completa |
Quando o corpo-de-prova é partido em duas ou mais partes |
H |
Quebra Articulada (Dobradiça) |
Quando o corpo-de-prova não quebra completamente, fazendo com que uma de suas partes possa ser dobrada num ângulo inferior a 90° |
P |
Quebra Parcial |
Quando a fratura cobre pelo menos 90% da distância entre o vértice do entalhe e o lado oposto, podendo o corpo-de-prova ser dobrado num ângulo igual ou superior a 90° |
NB |
Não-Quebra |
Quando a fratura corresponde a uma distância menor que 90% daquela entre o vértice do entalhe e o lado oposto |
Apesar de a norma considerar a “Não-Quebra” como um desvio e não como resultado a ser registrado, muitos fabricantes de resinas a identificam em seus laudos ou fichas técnicas (
data sheets) por seu código “NB”, de
Non-Break.
E se durante o teste eu obter quebras em duas ou mais categorias?
O resultado do teste deve ser referente apenas a corpos-de-prova que se enquadraram na mesma categoria, mas isso não quer dizer que você pode simplesmente desconsiderar aquele corpo-de-prova que obteve uma quebra diferente da maioria.
Levando em consideração que a norma pede que sejam usados no mínimo 5 corpos-de-prova para a determinação do resultado, vamos seguir com um exemplo de teste:
5 corpos-de-prova foram testados, 4 tiveram quebra total com média de impacto 300 J/m e 1 teve quebra parcial com impacto 400 J/m
Nesse caso, o resultado poderá ser apresentado da seguinte forma:
ENSAIO |
NORMA |
RESULTADO |
Resistência ao impacto Izod |
ASTM D 256 |
300 J/m (80% - C) |
400 J/m (20% - P) |
Onde:
J/m – é a unidade de medida
...% - é a porcentagem de corpos-de-prova testados em cada categoria
C e P – quebra total e parcial, respectivamente
No exemplo acima apresentamos todos os dois resultados do teste, separando-os por categoria.
Particularmente, ao se deparar com uma situação parecida com a do exemplo, eu testaria mais corpos-de-prova para ter um resultado mais exato, de preferência com no mínimo 5 corpos-de-prova se enquadrando em uma categoria, tendo em vista os desvios que este ensaio apresenta.
Falando em desvios, a própria norma reconhece discrepâncias entre ensaios realizados em máquinas digitais e manuais, principalmente quando plásticos rígidos como os fenólicos estão sendo testados, onde o resultado apresentado em máquinas digitais costuma ser significantemente inferior àquele apresentado em máquinas manuais.
MÉTODO DE TESTE “A”
6. Aparelhagem
A máquina de resistência ao impacto consiste de:
* uma estrutura sólida que não permita trepidações durante o teste;
* garras para segurar o corpo-de-prova;
* um pêndulo montado sobre um eixo em uma extremidade e com um “martelo” em outra;
* um indicador (relógio) para apontar valores que serão utilizados no cálculo do resultado; e
* um gabarito para posicionar o corpo-de-prova nas garras
Algumas peças devem seguir especificações da norma no que se referem a medidas, materiais utilizados e detalhes na construção.
Quanto ao relógio, pode ser analógico, digital ou até mesmo ser substituído por um programa de computador. De qualquer forma, caso o sistema não realize automaticamente a correção do cálculo devido a resistência do ar e a fricção durante a execução do ensaio, o operador deverá determinar a energia perdida manualmente.
Continue lendo esse artigo:
1
3
Bibliografia:
HARPER, Charles A.; PETRIE, Edward M. Plastics Materials and Process: A Concise Encyclopedia. Hoboken: John Wiley & Sons, Inc., 2003.
WIEBECK, Hélio; HARADA, Júlio. Plásticos de Engenharia: Tecnologia e Aplicações. São Paulo: Artliber Editora, 2005.
© 2010-2024 - Tudo sobre Plásticos.
Todos os direitos reservados.
Página inicial
-
Política de privacidade
-
Contato