Problemas e Soluções no Processo de Injeção
Quem trabalha com plásticos já está careca de saber que “problema” é quase um sinônimo de “processamento”, e o que faz um técnico ou operador de
injetora ser realmente bom é sua capacidade de lidar com esses problemas.
Os defeitos que aparecem em uma peça injetada podem ter origem em três fatores: máquina,
molde ou
material. E cada fator pode ter dezenas de causadores de defeitos, ou ainda, pode ocorrer uma soma de causas de fatores diferentes!
Exemplo de espirros característicos de material úmido
Colocando a culpa em alguém
Na prática, quando a produção para por causa de problemas durante o processamento o pessoal costuma colocar a culpa na resina (principalmente se for reciclada), porque ninguém quer acreditar que um molde que custou tão caro esteja enroscando a peça durante a ejeção ou que sua injetora a pistão não sirva para injetar determinada peça com
fibra de vidro.
A matéria-prima reciclada também é mais sensível que a resina virgem e necessita de uma regulagem mais fina da máquina, isso faz com que aqueles mais acostumados com material vindo direto da petroquímica estranhem (e reclamem) por ter que trabalhar com uma janela de processo mais apertada.
Ocorreu um problema: o que fazer e por onde começar?
A tabela abaixo ajuda a encontrar a solução para os principais problemas encontrados no processo de injeção e que estão relacionados a parâmetros da máquina, matéria-prima e molde.
DICAS:
* Nunca altere vários parâmetros da injetora de uma única vez.
* Ao injetar materiais reciclados, comece com temperaturas mais baixas que aquelas usadas em materiais virgens. Ex.: 220°C para
ABS novo, 200°C para ABS
reciclado.
OBS.:
- A numeração na tabela indica a prioridade na verificação/alteração de cada parâmetro, mas não é obrigatório que seja seguida a risca.
- Sobre a questão da tabela mandar aumentar a temperatura do canhão para eliminar rechupe, HARADA diz, em seu artigo "Peças com Defeitos de Injeção do Tipo Empenamento Sob Contração Irregular", que a temperatura do material deve ser alta o suficiente para possibilitar uma fusão homogênea, pois se esta for baixa, ocorrerá uma fusão incompleta, dando origem a diferentes graus de contração e consequentes rechupes na peça.
▼ Download da tabela
Para um detalhamento maior das causas e soluções de cada defeito veja os links abaixo:
Defeitos em Peças Injetadas: Bolhas
Defeitos em Peças Injetadas: Pontos Pretos
Defeitos em Peças Injetadas: Manchas
Bibliografia:
HARPER, Charles A.; PETRIE, Edward M. Plastics Materials and Process: A Concise Encyclopedia. Hoboken: John Wiley & Sons, Inc., 2003.
CANEVAROLO JR., Sebastião V. Ciência dos Polímeros: Um texto básico para tecnólogos e engenheiros. 2.ed. São Paulo: Artliber Editora, 2002.
WIEBECK, Hélio; HARADA, Júlio. Plásticos de Engenharia: Tecnologia e Aplicações. São Paulo: Artliber Editora, 2005.
HARADA, Júlio. Peças com Defeitos de Injeção do Tipo Empenamento Sob Contração Irregular. São Paulo: Revista Polímeros, 1994.
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