Colorimetria e o Sistema CIE L*a*b*

É cada vez mais comum na indústria de plásticos o uso dessa ciência dentro dos laboratórios, seja no controle de qualidade ou no desenvolvimento de novas cores por parte de recicladores ou fabricantes de masterbatch (neste último caso a colorimetria é a base de tudo).

Na prática, a medição da cor de um produto resume-se em usar um aparelho chamado colorímetro, que emite uma luz sobre a superfície do produto, que por sua vez é refletida e captada por três filtros de cor (azul, verde e vermelho). Então o aparelho converte as sensações luminosas em valores numéricos que variam conforme o sistema utilizado, sendo mais comum o uso do sistema CIE Lab quando o assunto é plástico.


O que é CIE Lab?

É um sistema subtrativo de cor proposto pela Comission Internationale L’Eclairage (CIE) que utiliza um espaço tridimensional com 3 eixos, onde:

L* é o eixo da luminância, que refere-se a percepção humana de luminosidade. Numericamente, para o preto absoluto o L é igual a 0, enquanto que para o branco absoluto o L é igual a 100.

a* é o eixo que vai do verde até o vermelho, sendo -120 o máximo de verde e 120 o máximo de vermelho.

b* é o eixo que vai do azul até o amarelo, sendo -120 o máximo de azul e 120 o máximo de amarelo.

Representação tridimensional pelo sistema CIE Lab
Representação tridimensional pelo sistema CIE Lab


Espectrofotômetro

Ao mesmo tempo de serem mais caros os espectrofotômetros são bem mais precisos que os colorímetros, já que podem medir o montante de luz refletida por uma amostra em muitos intervalos de banda curta no comprimento de onda, resultando em um espectro de refletância.

Exemplo de medição
Espectrofotômetro
Espectrofotômetro portátil


Atualmente existem vários modelos de espectrofotômetros portáteis, o que facilita realizar medições na produção. Esse tipo de equipamento geralmente tem a capacidade de armazenar na memória os valores da cor de uma amostra padrão, apresentando a diferença nos três eixos ao analisar uma amostra recém-produzida, ou seja, os valores de delta “Δ“. Exemplo:

Amostra padrão

L* 70,13

Peça produzida

L* 71,35

ΔL* = 71,35 – 70,13

ΔL* = 1,22

Se o cliente específica uma tolerância máxima de 0,75 para mais ou para menos no L*, então no caso do nosso exemplo a peça estaria fora do padrão por estar clara demais. Se o ΔL* apresentado é negativo, significa que a peça está mais escura que o padrão.



Bibliografia:
HARPER, Charles A.; PETRIE, Edward M. Plastics Materials and Process: A Concise Encyclopedia. Hoboken: John Wiley & Sons, Inc., 2003.
WIEBECK, Hélio; HARADA, Júlio. Plásticos de Engenharia: Tecnologia e Aplicações. São Paulo: Artliber Editora, 2005.
Artigo postado em 02/10/2011
Sobre o autor: Daniel Tietz Roda é Tecnólogo em Produção de Plásticos formado pela FATEC/ZL e Técnico em Projetos de Mecânica pela ETEC Aprígio Gonzaga. Trabalhou na área de assistência técnica e desenvolvimento de plásticos de 2008 até 2013 e atualmente é proprietário do Tudo sobre Plásticos.
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